quarta-feira, 8 de abril de 2009

Jornalismo por mérito

Há tempos se discute a obrigação do diploma para o profissional de jornalismo, mas, ainda, não há uma decisão definitiva. Informações contrárias destoam-se em meio a centenas de formandos que as faculdades liberam no mercado de trabalho todos os semestres. Segundo a Secretaria de Ensino Superior de São Paulo, em 2008, 133 alunos se formaram em jornalismo, apenas nas universidades estaduais do Estado.
O processo para definir se há obrigatoriedade ou não do diploma está em andamento desde 2001, de lá para cá foram criadas associações e movimentos a favor dos sem diploma. Em contrapartida sindicatos de jornalistas se juntam para manifestações a favor dos graduados.




O Supremo Tribunal Federal definirá esse ano a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão. Enquanto isso jornalistas sem diploma continuam a exercer a função com seus registros provisórios.
O jornalista Luiz Carlos Peri, que possui autorização para atuar como jornalista há 22 anos e não é graduado, trabalhou em grandes veículos como Gazeta Esportiva e Folha de São Paulo durante doze anos, e hoje exerce a atividade de assessor de imprensa. Peri diz que não há discriminação alguma nas redações: “Não há preconceito até porque você possui o registro e nenhum veículo quando te contrata exige seu diploma, eles exigem apenas o registro”. Ele afirma que há um exagero em torno dessa discussão de necessidade ou não do diploma “Não é bem assim como andam falando, pra você ter o registro sem ter o diploma é preciso ter uma série de comprovações: tempo de profissão, matérias assinadas, carta de admissão do veículo etc.”
Segundo Ana Lima, jornalista graduada há seis anos, para os jornalistas formados não há dificuldades de conseguir o registro junto ao Ministério do Trabalho: “Para tirar o MTB basta apresentar o diploma.”
Gustavo Rampini, que se denomina como autodidata, é fotojornalista da agência Futura Press, diz que se considera um jornalista bem sucedido, que já teve suas fotos e matérias publicadas em grandes veículos: “Já tive matéria publicada no Estadão, Último Segundo-IG, Terra, entre outros e além das fotos eu também escrevo”. Ele acredita que jornalismo se aprende na prática, que a faculdade não dá a devida instrução para o profissional “A faculdade serve apenas para passar a teoria, aprender ler e escrever. Rampini passa grande parte do dia na Avenida Paulista procurando pautas, pois para ele, jornalismo se aprende na rua, no cotidiano.
No entanto, não é exatamente assim que os brasileiros pensam. Em pesquisa de opinião realizada pela Fenaj/Sensus aponta que 74,3% dos dois mil entrevistados em território nacional disseram ser a favor do diploma, contra 13,9% que defendem a atuação de jornalistas sem diploma. Os que não souberam e não opinaram foram 11,7%.
Na opinião da jornalista Letícia Vidica, produtora do SBT Brasil, de fato o jornalista aprende na prática, mas acha injusto para quem passa anos na faculdade “Na verdade, você só aprende na prática. Mas, uma vez que as faculdades existem e há milhares de estudantes que passam quatro anos atrás do diploma, acho que ele tem que ser exigido sim.”
Ana analisa a questão de uma ótica diferente, pensa que os jornalistas sem diploma conseguiram alcançar o reconhecimento por merecimento, devido à convivência no mundo jornalístico. Quando trabalhou em redação Ana diz que conviveu com outros profissionais sem diploma: “Trabalhei numa redação que meu chefe não tinha diploma, é claro que outras pessoas que tinham se sentiam superiores a ele, mas ele era o chefe.”
Na época em que trabalhava na redação Peri chegou a entrar na faculdade, mas não terminou “Entrei na Cásper, mas não tinha paciência para ficar lá aprendendo tudo o que eu já fazia, e é por esse motivo que profissionais não formados não fazem faculdade, é outra realidade”.
Rampini, no entanto, nunca fez faculdade, chegou a procurar um curso de Comunicação Ambiental, mas não ingressou pelo fato de não existir essa graduação, apenas pós- graduação “Leio muito, estudo muito e acho que isso é necessário para o profissional que não fez faculdade.”
Ana acredita que hoje a faculdade é essencial para profissionalizar o jornalista, pois na faculdade ele aprende além de técnicas de escrita “É preciso aprofundar seus conhecimentos em algo muito maior, com script qualquer um faz texto, não basta só saber fazer lead.”
Independente da graduação, Letícia acredita que o profissional deve ter ética acima de tudo: “Um jornalista bem sucedido, é aquele que prima pela informação, sabe divulgá-la de forma simples para que todos entendam que seja ético e que não se venda em cima das desgraças alheias.
Acima de qualquer possibilidade de se obter o diploma ou não, fato é que os interesses devem estar focados apenas na realização profissional, ser feliz e trabalhar com ética e orgulho de ser jornalista.


Por Aline Silva

Ginástica Laboral, saúde para o corpo e a mente

Diminuir os problemas de saúde do empregado é sinônimo de aumento de produtividade com qualidade.


Chegou ao Brasil em 1973, porém foi nos últimos dois anos a ascensão da Ginástica Laboral. O ano de 2007 foi considerado o ano dela pela CONFEF (Conselho Federal de Educação Física). Consiste na realização de exercícios físicos no ambiente de trabalho, a fim de promover a saúde e evitar doenças ocupacionais ocasionadas por esforços repetitivos, além de evitar os impactos negativos decorrentes do sedentarismo.

A Ginástica Laboral é compreendida hoje, como a formação do hábito da prática lúdica da atividade física, para a melhora no relacionamento interpessoal e qualidade de vida. Ou seja, além do aspecto físico a ginástica é importante para o psicológico, evitando estresse, falta de concentração e problemas de socialização. A secretária, Lidiane Morais acredita que a Ginástica Laboral pode ser considerada, também, como descontração. “Inovadora é um momento de descontrair, além de melhorar o estress.”

A gerente administrativa Francisca Costa, aponta que as organizações estão preocupadas com o bem estar do funcionário e por esse motivo o aumento de corporações que possuem Ginástica Laboral. “Hoje em dia é necessário pensar na qualidade de vida dos nossos funcionários, assim evitamos descontentamento e melhoramos o ambiente de trabalho”. Francisca afirma que desde o início das atividades de ginástica em sua empresa, o índice de faltas diminui. “A diminuição do número de faltas por decorrência médica foi significativa, além da diminuição dos acidentes de trabalho.”

Com a grande procura de professores para aula de Ginástica Laboral, empresas se especializaram em educação e saúde no trabalho. É o caso da empresa Supporte, que existe há dez anos e é especializada em promover à saúde no ambiente de trabalho, segundo Andrea Silva Frangakis, coordenadora da empresa há dois anos, a Supporte possui diversos programas de promoção à saúde. “Possuímos uma série de serviços ligados à promoção da saúde, tais como, palestras, avaliações ergonômicas, eventos esportivos, eventos corporativos, como SIPATs, Fisioterapia, Nutrição etc.”

Andréa nos explica que há um planejamento específico para cada empresa, conforme a necessidade da mesma. “Após a venda do produto, ocorre uma avaliação cinesiológica da empresa e o planejamento é elaborado de acordo com as necessidades daquele público”.

Para Andréa os benefícios da ginástica são fundamentais ao trabalhador. “Além do ganho físico, ao participar da ginástica laboral o colaborador poderá adquirir maior conscientização corporal, entender como funciona seu corpo e principalmente entender que devemos mantê-lo saudável para que possamos executar nossas tarefas do dia-a-dia.”

A analista de contratos Suelen Schunk, pratica Ginástica Laboral e afirma que a ginástica permite a melhoria da rotina diária. “Pratico porque acho importante e me sinto mais disposta, melhora a qualidade e desempenho do trabalho no decorrer do dia, dando mais disposição para executar as atividades.”

É importante ressaltar que os benefícios da Ginástica Laboral vão além do ambiente de trabalho. O colaborar que a pratica, sente-se mais disposto nas atividades pessoais. No caso de Felipe Miranda, analista de licitações, a prática dos exercícios é feita fora do trabalho. “Aprendi os movimentos e sempre que necessito utilizo deste conhecimento.”

A ginástica deixou de ser apenas uma atividade física, passou a ser uma atividade de socialização e é de extrema importância a dedicação do ser humano à qualidade de vida e a Ginástica Laboral é uma das formas mais simples de elevar essa qualidade, permitindo cuidar do corpo e da mente no horário de trabalho.


Por Aline Silva

Comércio alimentício nos arredores da Unisant´Anna

O Centro Universitário Sant´Anna (Unisant´Anna), na zona norte de São Paulo, possui em sua redondeza cerca de 55 pontos comerciais de alimentação, além de duas cantinas internas. Essa estrutura atende, aproximadamente, os 9600 alunos no período noturno da instituição.
Dentre esses pontos, as barracas de churrasco e salada de frutas destacam-se por serem únicas no segmento, tendo em vista que o restante das barracas e traillers vendem sanduíches em geral.
Valdomiro Alves Pereira, mais conhecido como Sr. Mirão, vende churrasquinho há nove anos em frente à Unisant´Anna. Seu negócio não possui concorrência direta e ele garante ter sucesso absoluto nas vendas. “Trabalho com carne de primeira, por isso dá pra vender bem, o pessoal gosta.” Sr. Mirão começa a trabalhar às 6h e sai da faculdade às 22h. Apesar da longa rotina de trabalho, diz ser feliz. “Gosto de vender aqui e sou feliz por isso.”
Rubens Brito não obtem o mesmo sucesso. Ele vende salada de frutas há dois anos na faculdade, mas sua venda não é satisfatória. “As pessoas ainda não se adaptaram, o começo é sempre complicado.” Ele aposta em propagandas para divulgar sua barraca. “O ano passado divulguei no jornalzinho da faculdade, pra tentar melhorar a venda, esse ano vou divulgar de novo”. Além disso, pretende abrir uma nova barraca no outro bloco da faculdade. “No outro bloco tem mais alunos, tenho certeza que lá vão aumentar as vendas”, enfatiza.
A diversidade de alimentos, na opinião da aluna do 3º semestre de administração Tandy Regiane, é o melhor de comer nas barracas “aqui se come de tudo, e tudo é muito bom, como quase todo dia.” Em contrapartida, o aluno do 1º semestre de jornalismo Igor Carvalho, diz não comer na faculdade. “Tenho uma amiga que trabalha na subprefeitura e faz apreensão, já me falou muitas coisas que ela encontrou, de óleo velho a gente que lava pano de prato na mesma água que cozinha o milho”, ele prefere não arriscar.
Quanto à fiscalização, todos os comerciantes afirmam que existe, porém não é constante.A maior parte dos alunos possui uma rotina agitada, trabalha durante o dia e não têm tempo de voltar para suas casas, vão direto para a faculdade, por isso o alto consumo de alimentos nas barracas e traillers próximos à faculdade, garantindo assim, o ganha pão de outras pessoas.